sexta-feira, 31 de março de 2017

Preconceito


Conforme o avanço de nossa sociedade, foi possível ver cada vez mais a aparição de oportunidades de emprego para todos, tanto auditivos quanto surdos, porém, ainda há um preconceito com essas pessoas, como se elas fossem inferiores pelo fato de não ouvirem.

Muitos perdem vagas de empregos por serem surdos, sendo que são ótimos profissionais, às vezes, até melhores que muitos ouvintes. Tudo pode começar na entrevista de emprego, a empresa poder não estar preparada para tal pessoa, e a comunicação fica comprometida e caso essa pessoa consiga passar pela “conversa”, tarefas simples do cotidiano podem ser afetadas pela falta de entendimento entre ambas as partes.

Isso tudo está sendo totalmente errado, devido a um artigo da Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes das Nações Unidas, “As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por sua dignidade humana. As pessoas deficientes qualquer que sejam a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar uma vida decente, tão normal e plena quanto possível”.

Parece que não acontece esse preconceito no dia a dia, mas ele existe, segundo o relato de uma moça surda, que relata o ocorrido, “[...] Ultimamente tenho me confrontado com situações que me fazem odiar ser surda. [...] Uma professora me convidou para estagiar com ela, sem mencionar uma entrevista. [...] Fui lá como combinado, conversa vai, conversa vem, já estávamos acertando o horário de trabalho, quando falo que sou surda. Pronto: senti um olhar de total desprezo como se todo meu curriculum acabasse ali. [...]”.

Toda esta situação poderia ter sido evitada, se a empresa estivesse receptiva com um empregado surdo, mas agiram de maneira errada e preconceituosa. No fim das contas, a moça surda não foi contratada por “não se encaixar no perfil da empresa”. Momentos como esse, infelizmente, são reais e muito desconfortáveis.


Referências: http://www.adap.org.br/site/index.php/artigos/131-a-deficiencia-auditiva-e-o-preconceito-parte-i

Variações linguísticas na LIBRAS


Ao mencionar variações linguísticas, automaticamente pensa-se em um conjunto de frases as quais são estruturadas em diferentes regiões, no entanto possuem o mesmo significado. No entanto, ao referir-se a Língua Brasileira de Sinais, é difícil imaginar a distinção regional, uma vez que essa linguagem utiliza-se da praticidade de comunicação.
Existem vários fatores que influenciam na variação, desde a regionalidade, cultura, sociedade, fator econômico... 

No Rio Grande do Sul, por exemplo, usa-se “cacetinho” ao invés de pão, ao invés de menino é guri, como outras regiões brasileiras destacam-se com as variedades linguísticas. Entretanto, os surdos também fazem parte dos dialetos, pois integram a sociedade de modo geral.

Nas diferentes maneiras de compreender um determinado local, além da fala característica, a bagagem cultural de um povo diz muito. Neste sentido, pode-se dizer que o surdo não deve ser excluído no quesito gramatical.

Obviamente essas alternâncias são coloquiais, visto que já existe a linguagem estabelecida. O surdo pode expor as variedades com sinais e respeitar o direito à diversidade, ainda que sob condições leigas para quem não pertence ao grupo.

Existem também as variações por países, a LIBRAS não é a mesma língua de sinais dos Estados Unidos, por exemplo, mas acabam sempre com os sinais muito próximos, não impedindo completamente a comunicação entre os falantes. 

Referência: http://charles-libras.blogspot.com.br/2010/04/variacoes-linguisticas-dialetos.html

Ordem das Palavras e Estrutura da Frase em Libras



Dependendo do grau de surdez, um deficiente auditivo pode pensar a partir de uma língua falada, se por exemplo essa pessoa nasceu ouvinte e aprendeu sua língua materna. Agora, se essa pessoa já nasceu com a deficiência, essa pessoa vai passar a pensar a partir da língua de sinais que lhe foi ensinada. E assim como outras línguas faladas, Libras também apresenta uma estrutura com as palavras.

Uma estrutura básica é a sequência: Sujeito – Verbo – Objeto, e é usado em frases com certa iconicidade (semelhança existente, em certos signos linguísticos, entre a forma e a coisa representada, o que ocorre em onomatopeia e palavras onomatopaicas. Exemplo: Garota livro colocar na mesa (Um falante normalmente diria “Garota, coloque o livro na mesa”).

Observação: Nessa sequência, o sujeito e/ou objeto podem ser nulos.

Veja agora 3 exemplos colocando-as tanto nas formas 
Sujeito – Verbo – Objeto, Sujeito – Objeto – Verbo e Objeto – Sujeito – Verbo. A concordância verbal é algo que gera mudanças na ordem da frase.
1) Para o exemplo “Garoto assistir TV”, o verbo “Assistir” flexiona com sujeito e objeto. Essa flexão é feita normalmente com olhar e virada de corpo, para demonstrar Garoto e TV em lugares do espaço diferentes. Como existe essa adição de marcas não-manuais, a mudança de ordem fica permitida, talvez incentivada. Se não usarmos nenhuma marca não-manual, a única ordem entendível é a Sujeito – Verbo – Objeto.
2) No exemplo “Menina gosta de futebol”, o verbo gostar não tem concordância. Nessa frase seria bom ter uma cabeça balançando, fazendo sinal de "sim", junto com o sinal de GOSTAR. Se não houver a cabeça balançando, as ordens Sujeito – Objeto – Verbo e Objeto – Sujeito – Verbo estão erradas.
3) O exemplo “Garota gosta Maria”, só é gramaticalmente correto em Sujeito – Verbo – Objeto. Nas outras ordens as duas meninas viram sujeito, então só serviriam para dizer que as duas meninas gostam de algo. Isso ocorre porque o sujeito e objeto são reversíveis, Garota poderia ser o sujeito e a Maria o objeto. No entanto, isso não ocorre com Menina e Futebol.

As estruturas Verbo – Objeto – Sujeito, Objeto – Verbo - Sujeito e Verbo – Sujeito - Objeto não são permitidos.
Para orações subordinadas que fazem o papel de objeto, elas podem vir tanto na forma Sujeito – Verbo – Objeto como na Objeto – Sujeito – Verbo.

Além dessas observações, existem diversas regras de estruturação para o uso correto da Língua de Sinais, porém essas são as principais para seu entendimento.

Referências: http://porsinais.blogspot.com.br/2013/01/aspectos-estruturais-da-libras.html

A Surdez, o papel da família


A família é de extrema importância para a formação do indivíduo, dá-se em casa os primeiros passos para o desenvolvimento natural e social do ser humano. Os pais têm consigo a responsabilidade de inserir seu filho a um grupo social, onde este deve ter suas primeiras experiências em comunicar-se com o mundo. 

Ao descobrirem que seu filho é surdo, muitos pais sofrem de primeiro momento, um grande susto. Logo em seguida percebem que há muito o que se aprender para garantir qualidade de vida para seu filho, buscando informações sobre a surdez. Ensinar a ele a comunicação com os demais é sempre uma missão complexa que exige tempo e boa vontade. O surdo não deve ser visto como limitado, a deficiência não é um problema da pessoa que não ouve, mas sim de quem a vê. Assim, os pais devem inserir desde muito cedo a linguagem de sinais na vida de seu filho, a LIBRAS deve ser a forma de mostrar à ele que têm sua própria língua e com ela o poder de comunicação natural. 

Caminhando lado a lado com a família, vem a escola, que deve oferecer a este o suporte para manter sua identidade diante dos demais. A criança que encontra na família e na escola a base necessária para continuar a aprender, desenvolve autoconfiança e o mais importante, sente-se amada e acolhida, tendo uma melhor percepção sobre si mesma e sobre suas diferenças, tornando-se mais felizes e tendo o prazer em conhecer o mundo como parte dele.

A falta de comunicação entre pais e filhos, que sejam deficientes auditivos, pode acabar gerando problemas psicológicos, problemas familiares, desconforto e até mesmo exclusão social, já tratada no post anterior. 

Referência: http://www.webartigos.com/artigos/os-desafios-na-comunicacao-entre-os-surdos-e-a-familia/31113/

A Inclusão Social dos Deficientes Auditivos


A exclusão social, a qual se manifesta através das mais diversas questões como idade, gênero ou aparência, é uma questão que sempre assolou a sociedade. A busca por meios e ações que possam combater esse afastamento de grupos, e indivíduos, da convivência civil, é fundamental para que se tenha uma sociedade mais acolhedora.

No Brasil, de acordo com o censo de 2010 do IBGE, 9,7 milhões de habitantes possuem algum tipo de deficiência auditiva; aonde um pouco mais de 2 milhões se encontram em condições severas. Infelizmente, a acessibilidade para os surdos não se apresenta de maneira sadia, a dificuldade para se realizar atividades cotidianas, é ainda muito presente nesse grupo, e o progresso para mudar tal realidade, vem caminhando a passos muito curtos; foi em 2002, por meio da sanção da lei nº 10.436 que a Língua Brasileira de Sinais (Libras), foi oficialmente reconhecida como a segunda língua oficial do país, garantido também formas institucionalizadas de conscientização do uso de Libras, e em 2005, se determinou a aplicação da disciplina de Libras na grade curricular em universidades. A importância da utilização das Libras, vai além de simplesmente facilitar na comunicação entre os surdos, pois também contribui para a valorização e reconhecimento dessa comunidade.

Apesar de termos na realidade da educação brasileira, uma educação inclusiva para alunos surdos, esta carece de qualidade. Facilmente, pode-se ver casos em que temos professores ouvintes que desconhecem a linguagem de sinais, e são encarregados de salas mistas (ouvintes e surdos), sem nenhum tipo de suporte de um intérprete em Libras, se utilizando exclusivamente de materiais, que não foram projetados visando o aluno com deficiência auditiva, prejudicando-o então de diversas formas. É necessário que as instituições de ensino, levem em conta todos os fatores em tal processo educacional, desde o material a ser utilizado, até a competência de seus profissionais. Se tais elementos forem conquistados na prática, teremos então um sistema inclusivo de qualidade.


Referências: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/09/apesar-de-avancos-surdos-ainda-enfrentam-barreiras-de-acessibilidade
https://www.primecursos.com.br/blog/cursos/cursos-gratis/importancia-lingua-sinais-inclusao-social/